Acabo de ler “O Homem mais Inteligente da História” do psiquiatra, cientista e pesquisador Augusto Cury. Não como Literatura, no sentido de arte, mas como psicologia e análise da inteligência de Cristo, gostei muito.

Interessante como ele investiga os fatos a partir do Evangelho de Lucas, que era médico e, portanto, possuía um olhar científico a respeito dos fatos relatados pelos apóstolos e, especialmente, por São Paulo, a quem seguiu.

Impressionou-me a colocação do autor sobre o índice GEEI: “Gasto de Energia Emocional Inútil”. Segundo ele, “não adoecemos apenas por traumas ou déficit de neurotransmissores, mas também por um gasto irresponsável de energia emocional”, que pode construir grades psíquicas.

Perturbou-me a sua colocação a respeito de reações indevidas, que nutrem “os vampiros que estão nos porões de nossa emoção”. Desde que li sobre o que pode existir no subsolo dos sentimentos, passei a analisar quais os vampiros que me assombram e a procurar a “estaca certa” para destruí-los. Ser mitológico de origem eslava, os vampiros são devoradores. Conseguem sobreviver somente se fizerem uma vítima. Quem por eles é atacado, entra num processo de autodestruição. Vivem num estado de trevas. É preciso mapeá-los e colocá-los para fora. Afirma, Cury, que o gestor da mente humana, gerencia os pensamentos, protege a emoção, liberta a criatividade e se torna protagonista da própria história, ou seja, não carrega “vampiros”. Ai, quanto me falta! Às vezes, uma contrariedade, como uma crítica descabida, me comprime o peito.

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A respeito de Jesus Cristo, no aspecto de gestão de emoção, comenta que, por onde passou, “fragmentou o egocentrismo” e, como mestre, viu em cada “aluno”: um potencial incrível; ninguém era irrecuperável e ninguém muda ninguém, só a própria pessoa pode se reciclar. Demonstrou que: habilidades emocionais, como pensar antes de reagir, empatia, resiliência, gestão da emoção, são vitais para arquivar janelas saudáveis no córtex cerebral; usar histórias e metáforas é importante para libertar o imaginário e a criatividade; dinâmicas e vivências no processo educacional rompem o cárcere da teoria e erros são oportunidades para crescer.

Não será fácil identificar alguns “vampiros” que permanecem, há mais ou menos tempo, nos porões de minhas emoções, mas apontar os que noto é o primeiro passo. (foto acima: chicletevioleta.blogspot.com.br)

CRIS CASTILHO VALE ESTAMARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE

Com formação em Letras, professora, escreve crônicas, há 40 anos, em diversos meios de comunicação de Jundiaí e, também, em Portugal. Atua junto a populações em situação de vulnerabilidade social.