O ato de abrir uma EMBALAGEM: muito está por trás

No próximo dia 29 de janeiro, às 19 horas, no ‘plenarinho’ da Câmara de Jundiaí, será realizada a primeira reunião do grupo de estudo sobre alimentos ultraprocessados. Essa é uma iniciativa do meu gabinete, em parceria com o Procon Jundiaí, para tratarmos da conscientização necessária em relação a esses alimentos. O objetivo é reunir representantes da sociedade para elaborarmos juntos um projeto de lei que regulamente, sobretudo, o acesso de crianças aos alimentos ultraprocessados (biscoitos, salgadinhos, refrigerantes e congelados, por exemplo). Pesquisas bastante atuais nos mostram a importância de entender que há muito por trás do ato de abrir uma embalagem.

Já em 2017, realizei, também em parceria com o Procon Jundiaí e a Escola Superior de Educação Física (ESEF), uma palestra com profissionais do Instituto Alana e do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC) que representou o início desta discussão sobre alimentos ultraprocessados na cidade. Então, neste primeiro mês de 2018, priorizei a continuidade ao assunto com a primeira reunião do grupo de estudo. Foram convidados profissionais da saúde, nutrição e educação da rede municipal; bem como os responsáveis pelo programa municipal de prevenção à obesidade infantil; as escolas que participam deste programa na cidade; médicos especializados; faculdades locais; conselho de segurança alimentar municipal e representantes do comércio e de supermercados, entre interessados de modo geral a discutir o tema.

Como projeto de lei, pretendo propor algumas alternativas e, junto à sociedade, entender qual medida seria mais viável e, de fato, eficiente diante da nossa realidade. Entre minhas sugestões, está a ideia de que os alimentos ultraprocessados sejam expostos nos supermercados em altura superior ao alcance das crianças. Outra ideia seria a de um sinalizador em embalagens ou etiquetas de preço que informasse com clareza ao consumidor qual seria a classificação dos produtos.

Segundo o Guia Alimentar para a População Brasileira, publicado em 2014, e divulgado em recente matéria do Portal UOL, os alimentos são divididos em quatro categorias. São elas: in natura (verduras, leite e ovos por exemplo); alimentos para temperar e cozinhar (como açúcar, sal e óleo); produtos processados (aqueles in natura que têm adição de sal ou açúcar) e, então, os ultraprocessados.

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A necessidade de falarmos sobre o acesso aos alimentos ultraprocessados corresponde ao fato desta última categoria estar totalmente atrelada à baixa qualidade nutricional e geralmente associada ao alto apelo publicitário, principalmente, sobre as crianças.

Segundo dados da revista Public Health Nutrition, publicada em dezembro do ano passado, quase um terço das calorias ingeridas pelos brasileiros está relacionada ao ato de abrir uma embalagem e, como afirmei no começo da coluna, por trás deste ato, há a constatação de que este hábito está associado ao ganho de peso e ao consequente desequilíbrio que favorece o aumento de doenças crônicas, como colesterol alto e diabetes.

Pesquisadores que publicaram artigos nesta revista afirmam que quanto mais distante da versão in natura dos alimentos, pior é a qualidade das dietas identificadas no Brasil e no mundo e, segundo o Ministério da Saúde, o número de pessoas diagnosticadas com diabetes no Brasil cresceu 61,8% entre 2006 e 2016.

Por essas e outras razões que abordaremos no dia 29, convido toda a sociedade de Jundiaí a se interessar pela própria alimentação e não só pelo projeto de lei. Como vereador, minha função também é promover debates e trazer ao âmbito da atividade política a resposta por necessidades contemporâneas da população. A alimentação consciente certamente é uma delas e, portanto, me coloco à disposição. Até lá! (foto: Google Imagens)


FAOUAZ TAHA

É vereador na Câmara de Jundiaí pelo PSDB, eleito pela primeira vez nas últimas eleições municipais de 2016. Tem 29 anos. Atualmente é líder do governo municipal na Casa de Leis, além de presidente da Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia, Desporto, Lazer e Turismo do Legislativo. Nascido em Jundiaí, Faouaz é formado em Educação Física pela ESEF e tem pós-graduação em Fisiologia do Esporte pela Unifesp. Antes de ser vereador, teve experiência na gestão pública com participação na Secretaria de Esportes