Vivemos um momento de constantes transformações, desde o modo como assistimos à TV, com o Netflix; às novas formas de nos locomovermos, com o Uber; de nos comunicarmos, com o WhatsApp, e tantas outras ferramentas. Para que todas essas mudanças ocorressem e hoje se tornassem tão parte do nosso cotidiano, houve rupturas. Nem sempre romper é, foi ou será algo simples, mas o resultado das transformações quase sempre nos mostram respostas aos anseios da sociedade. Nós mesmos pedimos mudanças e, com esses pedidos, sempre virá a necessidade de adaptações. Portanto, para transformar, muitas vezes é preciso romper. E na política, não é diferente.

Quando propus o projeto de lei que cobra de concessionárias o custeio de acidentados em rodovias atendidos no Hospital São Vicente de Paulo, tive justamente esta consciência: de que uma proposta com possíveis impactos e benefícios à saúde municipal associada à cobrança do setor privado naturalmente geraria questionamentos – parte por juridicamente não ser considerada uma atribuição do Legislativo. Hoje, portanto, votaremos em sessão da Câmara de Jundiaí, veto do Executivo a este projeto e tal risco também não me era desconhecido. O veto, porém, deve ser entendido como parte deste processo de mudança e do caminho de uma proposta que, por mérito, precisava transpor barreiras regimentais e ser discutida na tribuna.

Nenhuma transformação profunda ocorre de maneira silencionsa. Ela sempre traz uma série de discussões e conflitos, o que faz parte do processo democrático de transgredir.

Mesmo sabendo destes riscos e da ilegalidade sob a ótica jurídica da Câmara e da Prefeitura que respeito, insisti no projeto justamente por enxergá-lo como uma alternativa ao momento que vivemos na saúde do município e, assim, responder a um dos anseios da população que movem as tais transformações da sociedade. Meu projeto, se transformado em lei, trará a responsabilidade das empresas que faturam milhões com os pedágios sobre os atendimentos de acidentados de suas praças encaminhados para o único hospital público da Região que, hoje, pede socorro. Não seria a solução, mas seria certamente uma forma de buscar maior contribuição ao São Vicente não somente pelas mãos de Jundiaí, também em situação de crise.

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É POSSÍVEL FAZER DIFERENTE

A sociedade contemporânea espera e cobra das instituições públicas o mesmo que ela cobra e espera da iniciativa privada. Sei que cada uma destas frentes caminha com ritmo próprio. E isso deve ser respeitado, sem dúvida. Mas não a ponto de nos impedir de avançar em busca de uma cidade cada vez melhor.

Acredito, como disse em minha primeira coluna aqui no Portal Jundiaí Agora, que é possível fazer diferente. Assim, penso, pesquiso e elaboro cada um dos meus projetos. Tentar cobrar maior responsabilidade de quem pode nos oferecer apoio – o setor privado – portanto, foi uma medida pensada e é também uma iniciativa que se espera da juventude no meio público: unir forças para progredir. Se derrubar o veto for a ruptura necessária para esta transformação, que façamos. De qualquer forma, ter conseguido a aprovação do projeto e a compreensão de seu benefício à sociedade já é uma grande vitória. (Foto acima: Caleb George)


FAOUAZ TAHA

É vereador na Câmara de Jundiaí pelo PSDB, eleito pela primeira vez nas últimas eleições municipais de 2016. Tem 29 anos. Atualmente é líder do governo municipal na Casa de Leis, além de presidente da Comissão de Educação, Ciência e Tecnologia, Desporto, Lazer e Turismo do Legislativo. Nascido em Jundiaí, Faouaz é formado em Educação Física pela ESEF e tem pós-graduação em Fisiologia do Esporte pela Unifesp. Antes de ser vereador, teve experiência na gestão pública com participação na Secretaria de Esportes