Os sintomas da depressão são o humor deprimido (ou irritável para crianças e adolescentes) e a perda de interesse ou prazer em quase todas as atividades, a maior parte do dia, por pelo menos duas semanas. A depressão acomete adultos, idosos, crianças e adolescentes, provocando uma queda no funcionamento adaptativo do paciente, isto é, causando clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento escolar, funcional, ocupacional, ou em outras áreas.

No caso da depressão infantil e da adolescência, uma vez que o principal sintoma pode estar associado ao humor irritável, muitos pais (ás vezes por falta de conhecimento específico) ignoram sintomas, pensando se tratar de rebeldia ou inadequação de comportamento. O diagnóstico da depressão em crianças e adolescentes pode ser difícil reconhecimento, uma vez que estes geralmente ainda não sabem relatar claramente o que sentem. Os sintomas podem ser confundidos com preguiça e irritação, ou comportamentos para chamar a atenção, e por isso as crianças e adolescentes podem sofrer os efeitos deste transtorno sem um diagnóstico e um tratamento adequado.
Assim como a depressão em adultos, o tratamento da depressão infantil e da adolescência deve sempre ser realizado pelo psicólogo que acompanhará o paciente e orientará sua família. Dependendo da gravidade dos sintomas apresentados pelo paciente, independentemente da sua idade, este deverá ser avaliado pelo psiquiatra, que avaliará a real necessidade da medicação para auxiliar o processo de psicoterapia. Em todos os casos de depressão, infantil, adolescente ou adulta, é recomendado o tratamento psicoterápico.

Os sintomas da depressão podem aparecer ocasionalmente, de forma branda e esporádica, caracterizando o que chamamos de “humor deprimido”. Nestes casos, até de forma preventiva, recomenda-se uma avaliação por um psicólogo experiente para a identificação das prováveis causas deste “humor deprimido” ocasional. Uma vez localizadas as causas, pode-se através de uma psicoterapia breve, reduzir ou eliminar o efeito destas “causas”, impedindo assim, preventivamente, o início de um transtorno depressivo maior.

O diagnóstico de depressão é considerado quando os sintomas persistirem por mais de uma semana para as crianças e os adolescentes, e por mais de duas semanas para os adultos e idosos. Muitas vezes os sintomas aparecem de forma abrupta e com grande intensidade, não precisando então do período de tempo de uma ou duas semanas para fechar-se o psicodiagnóstico. Neste caso precisamos de uma avaliação emergencial do psicólogo, para estabelecer-se o início e a forma de tratamento imediata.
Em geral temos os sintomas aparecendo lenta e gradativamente, podendo-se ou não localizar um estressor (a causa específica) responsável pela aparição dos sintomas depressivos.

Aqui os sintomas para o psicodiagnóstico da depressão:

humor deprimido ou humor irritável;

Interesse ou prazer acentuadamente diminuído por todas ou quase todas as atividades;

Perda ou ganho significativo de peso sem estar em dieta;

Diminuição ou aumento do apetite ou falha em apresentar os ganhos de peso esperado;

Insônia ou hipersonia ou dificuldade em acordar e levantar da cama;

Agitação ou lentificação psicomotora;

Fadiga ou perda de energia;

Sentimento de inutilidade, culpa excessiva ou inadequada;

Capacidade diminuída de pensar ou concentrar-se;

Pensamentos de morte, ideação suicida, tentativa de suicídio.

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Os sintomas causam sofrimento ou prejuízo no funcionamento acadêmico, funcional, ocupacional ou em outras áreas.

Tecnicamente falando, a depressão pode, basicamente, ter a sua origem endógena ou exógena. Por origem endógena entendemos que as causas da depressão advêm de dentro do próprio corpo, tais como uma alteração hormonal, uma condição médica geral (diabetes, cardiopatias, câncer) ou uma disfunção de neurotransmissores (substâncias químicas que atuam como transmissores entre as células nervosas no cérebro), entre outros. Por origem exógena entendemos que as causas da depressão advêm de fora do corpo, tais como um problema psicossocial, perda de emprego, dificuldades sociais, abandono, a morte de alguém querido, ou uma frustração com uma situação entre outros.
Muitas vezes, mesmo após a avaliação pormenorizada do psicólogo e do médico, não se encontra uma causa específica e localizável, responsável pelo surgimento dos sintomas da depressão. Também, em alguns casos, os próprios sintomas estão mascarados, e somente são detectados após minuciosa e longa avaliação, caracterizando o que chamamos de depressão subliminar.

Temos ainda que reconhecer a existência de um outro tipo de “depressão”, que na realidade é um “primo” da depressão maior, chamado de distimia (ou transtorno distímico). Na distimia, os sintomas depressivos aparecem em uma intensidade menor (e em maior número) do que na depressão maior, duram em média mais de dois anos, e da mesma forma proporcionam uma queda no funcionamento adaptativo (social, ocupacional e escolar) do paciente. Apresenta-se para o paciente como uma “depressãozinha” que nunca vai embora, e que periodicamente atrapalha significativamente a vida do paciente. Em geral o paciente não fica mais de dois meses sem sintomas, ao longo de mais de dois anos.

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Independentemente da origem e do tipo de depressão, os sintomas devem ser avaliados, e a depressão tratada de forma efetiva. Como dissemos anteriormente, o paciente deverá se submeter a um processo de psicoterapia e dependendo da sintomatologia apresentada por ele, deverá ser medicado para a redução e eliminação dos sintomas apresentados. Os medicamentos (chamados de antidepressivos) somente devem ser prescritos por um médico, pois podem apresentar efeitos colaterais significativos, e sempre necessitam de adequação da dosagem em função da presença de determinados sintomas, da sua intensidade e frequência. As medicações antidepressivas que funcionam bem para um paciente (isto é, o paciente responde satisfatoriamente ao medicamento) poderá não funcionar bem para outro paciente, justamente pela necessidade de adequação do tipo de antidepressivo utilizado. A escolha do antidepressivo é exclusivamente feita em função dos sintomas, e do quadro depressivo apresentado pelo paciente. Nunca se automedique. O trabalho conjunto do psicólogo e do médico poderá estabelecer a indicação mais adequada do antidepressivo.

Alguns casos de depressão veem acompanhados de ideação suicida, pensamentos recorrentes de morte, ou de tentativa de suicídio. Nestes casos, a urgência do tratamento e do acompanhamento familiar é de vital importância. Nunca subestime os sintomas apresentados por um paciente depressivo. O tratamento deve ser concluído de forma satisfatória para evitar-se a recidiva (volta dos sintomas após aparente melhora). No caso de medicação, a dose e o tempo de duração da prescrição devem ser seguidos corretamente pelo paciente. (foto acima: todahelohim.com)

 

DEPRESSÃODANIELA MENICALLI

Psicóloga clínica, mestre em Distúrbios do Desenvolvimento, com formação há 18 anos. Atualmente responsável pelo Instituto Daniela Menicalli de Psicologia e professora coordenadora na Faculdade Fia – USP.