Ao ser perguntado sobre qual a motivação para ser deputado federal, Miguel Haddad cita projetos bem-sucedidos da época em que foi prefeito de Jundiaí. O tucano quer a reeleição, diz não querer mais o Executivo local e só pensa no futuro imediato. O Jundiaí Agora – JA – entrevistou Miguel que há quatro anos lançou o livro ‘Coisa de Paulista'(ao lado), que foi um sucesso de vendas:

O que o motiva todos os dias?

Nesta semana participei de dois compromissos que talvez respondam a essa pergunta. Um foi a comemoração dos 16 anos do ‘Compra Aberta’, um pregão eletrônico que instituímos em meu segundo mandato na Prefeitura de Jundiaí e que permitiu a economia de cerca de R$ 300 milhões nas compras feitas pela a administração da cidade. Outro foi a comemoração dos 14 anos do Parque da Cidade, que continua lá, impedindo a invasão das margens da represa, evitando a poluição e servindo de área de lazer para a cidade e a região.

 Como se sente quando alguém diz que ‘todo político é ladrão’?

Acho que os maus políticos são os únicos que gostam de ouvir isso. Quando se generaliza, se dilui. Para os corruptos, dizer que todos são corruptos é usar um argumento que lhes beneficiam. Haja vista que muitos que desviaram recursos públicos repetem, em sua defesa, que apenas fizeram o que todos fazem. Minha posição não é a de apoiar opiniões que facilitem a argumentação daqueles que agem dessa forma. Pelo contrário. Votei a favor do afastamento do Eduardo Cunha, pela investigação do presidente Temer, vou votar pelo fim do foro privilegiado e, se for a plenário, pela prisão após condenação na 2ª instância. Quem exige isso é a população brasileira.

O senhor já tinha sido deputado estadual. Passou os últimos quatro anos em Brasília. Como a capital do Brasil – levando-se em consideração este período conturbado – o impactou?

Independente de estar em Brasília ou não, da mesma forma que impactou todos os brasileiros.

As investigações agora estão atingindo alguns tucanos do alto escalão. Teme que isto possa prejudicar sua candidatura tirando votos que eram certos ou o deputado federal está blindado por conta de sua história política?

Minha posição é clara desde quando tomei posse. Quem for denunciado, deve ser investigado. Se for processado, deve ser julgado. Se for condenado, deve ser preso e cumprir a pena. Independente do partido ou da posição que ocupe. Por essa razão, por duas vezes votei a favor da abertura de inquérito para investigar o presidente Michel Temer.

Há uma estimativa de quantos votos o senhor precisará para se eleger e de quantos terá de fato? 

Esse cálculo ainda não foi feito.

Miguel Haddad ainda pensa em ser prefeito?

Acredito que já dei a minha colaboração à gestão do nosso município. Recebo os apelos nesse sentido como uma medida da aprovação ao trabalho que foi realizado. O que jamais deixarei de fazer, em qualquer cargo que ocupe, na política ou na vida privada, é ter essa perspectiva, que a vida pública tornou ainda mais forte: vivemos em uma comunidade. A melhoria da vida em comum melhora a vida de todos.

O Senado é um sonho muito distante?

Há um poeta da antiguidade, muito conhecido, Omar Khayyam, que tem um verso em que diz: ‘Não sabes sequer se terminarás esta frase. Entregar-se a especulações é, no mínimo, perda de tempo’. Prefiro me concentrar no futuro imediato.

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