O sindicalista Gerson Sartori, 51 anos, foi vereador em duas legislaturas da Câmara de Jundiaí. Daquela época, ele cita projetos de sua autoria e que criaram a Tribuna Livre e as sessões noturnas. Na eleição passada não conseguiu o terceiro mandato. Petista histórico, Sartori foi para o PDT e hoje é o presidente da legenda na cidade e região. Agora, se prepara para chegar a Brasília. Ele quer voltar à cena política como deputado federal. E aposta as fichas na experiência política e na ficha limpa que tem. O Jundiaí Agora – JA – entrevistou o pré-candidato:

Por que você quer ser deputado federal?
Tenho 25 anos de trajetória política. Fui vereador duas vezes. Numa fui de oposição e na outra de situação. Fui presidente da Câmara. Tenho experiência também como vereador, como dirigente sindical. Participei da Câmara Municipal de Empregos. Num momento em que temos quase 14 milhões de desempregados é preciso usar a experiência para ajudar a alavancar o trabalho. Tenho vontade de ser deputado federal porque gosto da política. É através dela que se resolve muitas situações. Mas a política precisa de pessoas de ficha limpa e com experiência para resolver. Muitos amigos e apoiadores me cobraram: você precisa disputar as eleições de 2018. Meu intuito é colaborar com o desenvolvimento, com a distribuição de renda, com justiça social, é que me coloco como pré-candidato a deputado federal.
Concorrendo pelo PDT, quais as chances disto ocorrer? Tem ideia de quantos votos precisa?
Tenho segurança grande de concorrer pelo PDT porque é uma legenda que não está envolvida em nenhuma destas ‘lambanças’. É um partido de tradição, com origens em Getúlio Vargas, Leonel Brizola, Darcy Ribeiro. O PDT prega a criação de emprego, distribuição de renda. É um partido nacionalista e que quer o fortalecimento dos municípios. Acredito que preciso de aproximadamente 80 mil votos e isto é perfeitamente possível de conquistar. Vou trabalhar para conseguir mais do que isto. Nossa região tem 500 mil votos. Só Jundiaí dá para eleger dois deputados federais e sobram votos para candidatos de fora. E é importante ter mais de um deputado eleito na região porque um puxa o outro para trabalhar. Isto é muito positivo.
Nas últimas eleições para vereador você não conseguiu voltar para a Câmara. O que faz você acreditar que terá votos para chegar à Câmara dos Deputados?
Realmente não tive os votos necessários para continuar na Câmara. Mas fiz muitas coisas: a Tribuna Livre, as sessões noturnas e muita economia para os cofres Câmara de R$ 20 milhões. Tenho a ficha limpa! Quando o eleitor for investigar e colocar meu nome no Google, vai ver quem eu sou e o que eu fiz. Eu tenho a ficha limpa! Fui vereador, sindicalista. Ficou animado principalmente quando lembro das eleições de 2014 para deputado quando tive quase 45 mil votos. Beto Mansur, vice-líder, foi eleito com 26 mil. Rodrigo Maia, 53 mil. É possível sim…
Até onde a vinda de Bigardi pode ajudá-lo? Há o outro lado da moeda? Pode prejudicá-lo também já que o ex-prefeito tem uma fatia grande de rejeição entre o eleitorado de Jundiaí?
A vinda do Pedro e a possível dobradinha com só vai ajudar(Bigardi é pré-candidato à Assembleia Legislativa). Ele já foi deputado e prefeito. E foi um dos que mais fez. No mandato do Bigardi, os servidores foram valorizados, a tarifa do ônibus não subiu. Ele fez muito nas áreas da habitação, saúde, geração de emprego. Teve responsabilidade de tocar obras do prefeito anterior, como túnel da Ponte São João. Regularizou loteamentos. Não tenho problema nenhum de estar com ele. O Pedro vai somar muito. Ele vai fazer muito mais se for deputado estadual.
Já pensou em como será a sua campanha? O que pretende enfatizar? Focará só a região?
Vamos discutir muito a valorização das pessoas buscando geração de emprego, distribuição de renda e melhorando a educação. Os cursos técnicos precisam voltar. É preciso investir na qualificação e requalificação dos trabalhadores. É preciso criar crédito para micro e pequenos empresários. Conseguindo isto, daremos dignidade às pessoas. Queremos as reformas de maneira séria. Não como este governo ‘golpista’ fez, um crime contra os trabalhadores. A reforma da Previdência precisa ser feita. Mas precisa ser realizada do lado certo, cortando privilégios. E não dá para falar para um motorista de ônibus trabalhar até os 65 anos. Ele está ‘sucateado’. Não dá para comparar quem ganha R$ 200 mil por mês e quem recebe R$ 1 e trabalha num local insalubre. A justiça social é uma das minhas metas.
Você poderá ter de ter um convívio de quatro anos com Miguel Haddad, que vai tentar a reeleição. Pretende se aproximar dele para trazer benefícios para Jundiaí e região?
Sempre tive relacionamento de respeito com ele. O Miguel e eu temos pontos de vista diferentes. Ele foi a favor da reforma trabalhista. Eu sou contrário. Como pessoa e político sério, na hora de buscar projetos para jundiaí e região vamos somar com muita tranquilidade. Não terei nenhuma dificuldade para isto. E tenho certeza que a recíproca será verdadeira. É importante ter um deputado de situação e outro de oposição. Espero que o Ciro Gomes vença. Eu serei de situação. E um deputado alavancará o trabalho do outro.
Os escândalos de corrupção envolvendo políticos da esquerda podem prejudicar a sua candidatura?
Será preciso ver quem tem ficha limpa. Tudo o que aconteceu, da maneira que a Justiça agiu, usaram dois pesos e duas medidas. Agora, sobre o PDT, o Ciro Gomes tem 40 anos de vida pública, ocupou vários cargos importantes e tem ficha limpa. Não respondeu a nenhum processo por desvio de conduta. Este problema não afetará os pedetistas. Temos uma boa trajetória para fazer debate sobre todos os temas, inclusive corrupção, privilégios e grandes devedores, assunto que está meio escondido…