Tenho um acréscimo de vivências maternas felinas. Não me recordo de tempo algum em que não visse minha mãe na acolhida e proteção a animais de pelos e de penas. Os felinos, contudo, sempre se destacaram em casa, desde o tempo em que morava na Rua Rangel Pestana. Na atualidade são cinco. Por ordem cronológica: Bilico, Fardinho, Mush, Mendiguinho e Cido. A porta de entrada, mesmo que não sejam convidados, é o vitrô da cozinha. Aparecem, sem pedir licença, farejam os potes com ração e quem reside no espaço. Dias depois, chegam para ficar. Com o Bilico foi diferente, colocaram aqui com uma semana mais ou menos. Criado com mamadeira. Fardinho, Mendiguinho e Cido vieram a partir do vitrô, já adultos. O Mush foi abandonado na Dog Saúde em um período no qual o Bilico se encontrava internado. Deram-se bem, o que não é comum ao Bilico, que tem complexo de Rei Leão. Trouxe para cá.  O Mendiguinho e o Cido constantemente se estranham. Creio que possuam alguma discórdia da rua.

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No último sábado, à noite, o Cido provocava o Mendiguinho que desejava dormir. Interferi, mas não adiantou. A mamãe veio ao encontro dele, na cozinha, irritada, e levou um tombo daqueles. Hematoma feio na testa… E ainda ficou brava com o meu susto. O foco permanecia em sossegar os ânimos e não em acudi-la. Bem próprio dela.

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Na manhã seguinte, quando voltei da missa, a mamãe se encontrava agitada com o propósito de me contar o último acontecimento: ouvira um piado estranho no quintal e foi ver o que era. Entre o Bilico e o Mush, uma avezinha assustada. Observavam-na. Não teve dúvida, abaixou depressa, colocou o pássaro no peito e veio para dentro. E o Mush, atrás, puxando-a. Telefonou para a vizinha, que tem a chave daqui, e ela veio buscar o passarinho.  Sem riscos de novo tombo?!… Ouvi muda e perplexa. Ela me disse: “Você não acha que eu permitiria que matassem o coitadinho, não é?”

Fatos de casa onde há “balaio de gatos”.

(foto acima: gatincao.blogspot.com.br)


FELINASMARIA CRISTINA CASTILHO DE ANDRADE

Com formação em Letras, professora, escreve crônicas, há 40 anos, em diversos meios de comunicação de Jundiaí e, também, em Portugal. Atua junto a populações em situação de vulnerabilidade social. Acesse o Facebook de Cristina Castilho