A DAE Jundiaí contratou a empresa Submar Serviços Subaquáticos para realizar o serviço de retirada de plantas macrófitas da represa de acumulação (fotos abaixo). O valor da concorrência é R$ 1.084 milhão. Este tipo de vegetal se reproduz em águas claras, limpas e com solo rico em nutrientes naturais, o que há de sobra na represa que está infestada. Não se fala abertamente na DAE, mas o problema teria sido causado na administração anterior. A retirada das plantas não teria sido feita como devia e ocasionou a proliferação.

Fontes ligadas à DAE na administração passada disseram que a história relatada agora não é bem esta. Uma empresa que presta o mesmo serviço que a Submar teria sido contratada em meados de outubro do ano passado. Naquela época já teria se percebido a necessidade de retirar as plantas macrófitas de forma mecânica. O serviço teria sido realizado até dezembro. Porém, os novos gestores da empresa suspenderam a retirada dos vegetais assim que assumiram. As mesmas fontes contestaram a possibilidade de a infestação ter sido causada por um serviço de qualidade ruim. Elas asseguram que a proliferação se deu porque os novos gestores pararam repentinamente com os trabalhos.

A DAE afirma que as plantas não são prejudiciais para a qualidade da água. Em excesso, porém, podem prejudicar sim. Tanto que uma empresa será contratada. Caso contrário, não se gastaria essa dinheirama toda. O trabalho pode ser realizado de três formas: através de uso de produtos químicos; controle biológico utilizando peixes e mamíferos e a retirada mecânica (foto principal/equipamento da empresa contratada), como ocorrerá em no máximo 20 dias. É exatamente aqui que a contratação da Submar é justificada. Na represa já existiria o controle biológico. No entanto, a quantidade de macrófitas é tão grande que peixes e mamíferos não dão conta. Será preciso uma medida drástica – e cara – para colocar fim no matagal aquático que tomou conta da represa de acumulação.

PLANTAS MACRÓFITAS
A represa de acumulação da DAE: infestada por plantas macrófitas
PLANTAS MACRÓFITAS
Exemplo de plantas macrófitas tomando conta de represa (foto: guarapirangalimpaeuacredito)

O contrato firmado entre a DAE e a Submar tem prazo de conclusão de quatro meses. O investimento não estava previsto. Mas, segundo nota da assessoria da empresa, se faz necessário. As plantas retiradas serão levadas para uma área da própria DAE onde serão decompostas e se transformarão em adubo.

As macrófitas – Estes vegetais são importantes ao meio ambiente aquático. Na quantidade certa, as plantas sustentam um elevado número de organismos, diminuindo a turbulência das águas e, consequentemente, sedimentando os materiais em suspensão, principalmente naqueles pontos onde a mata ciliar foi retirada. São também utilizadas para a desova e refúgio de peixes e insetos, segundo o Instituto Biológico da Secretaria Estadual de Agricultura.

Por outro lado, o Departamento de Biologia da USP afirma que um dos principais problemas do excesso dos vegetais é a ‘eutrofização’, que é o nível muito alto de nutrientes na água, provocando acúmulo de matéria orgânica em decomposição. Isto prejudica a qualidade da água, produz mal-cheiro, aumenta a evaporação e ajuda na criação de mosquitos e larvas.

A empresa – A Submar Serviços Subaquáticos existe há 21 anos. A sede dela fica na cidade de Porto Belo, em Santa Catarina. É especializada em dragagem ambiental, desassoreamento, contenções de margens e batimetria, que é a parte da hidrografia que trata da obtenção das medidas de profundidade em conjunto com as posições geográficas.

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