Que PAÍS é este?

“Que País é este?”. A frase é do ex-governador biônico de Minas Gerais, Francelino Pereira, dita em 1976, em plena ditadura militar, quando Ernesto Geisel, presidente desta República, anunciou a quem quisesse ouvir, que iria promover a reabertura política. E o homem não fez isso, ao contrário, no ano seguinte, fechou o Congresso e criou governadores e senadores biônicos – políticos nomeados pelo presidente – para crescer os partidos de situação e garantir a maioria nas votações que viriam após as eleições que ocorreriam no ano seguinte. Vale lembrar que Francelino ainda não era governador e nem biônico quando disse tal frase. Tudo aconteceu em 1979 quando o mesmo Geisel o nomeou para governar Minas Gerais.

Cinquenta e um anos depois, é importante fazer renascer esta frase, porque o País está à beira de um caos maior de todos os vividos até agora. Se já foi música no final do século passado, “que país é este” volta agora – e volta aqui – para mostrar que não é possível viver num lugar onde grande parte dos que comandam a política nacional estão envolvidos em operações financeiras ilegais.

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Agora não interessa a lista de Janot, não interessa a lista de Fachin, não interessa os condenados de Moro, não interessa o famoso caixa 2. Não interessa Reforma da Previdência, Reforma Política. Nada disso interessa. O que interessa e é preciso acontecer com urgência, é que todos os políticos citados esta semana por Fachin deixem os cargos que ocupam. Em benefício de um povo que clama por justiça e por paz e mais vergonha na cara desta classe política que só ofusca nosso país. Tomem vergonha na cara senhores políticos: deixem os cargos que ocupam para devolver a dignidade a um povo sofredor! (ilustração acima: rhbjhistoria.blogspot.com.br)

 

PAÍSNELSON MANZATTO 
Jornalista profissional diplomado, tendo trabalhado no Jornal da Cidade de Jundiaí, Diário do Povo de Campinas, Jornal de Domingo de Campinas, Diário Popular de São Paulo e Jornal de Jundiaí. Foi editor-chefe dos jornais Diário do Povo, Jornal de Domingo e Jornal de Jundiaí e sempre trabalhou nas editorias de Política e Economia. Também trabalhou em Assessoria de Imprensa. É membro da Academia Jundiaiense de Letras e tem quatro livros publicados: Surfistas Ferroviários ou a História de Luzinete (Vencedor de Concurso Literário), Contos e Crônicas de Natal (com cinco textos premiados), Momentos e No meu tempo de Criança. Mantém um blog literário: blogdonelsonmanzatto.blogspot.com