A história do PADRE corintiano, o primeiro vigário da vila Rio Branco

jundiai de antigamenteO primeiro vigário da paróquia de Santa Terezinha, na vila Rio Branco (na foto abaixo ainda sendo construída) ou na ‘Barreira’ como muitos chamam o bairro até hoje, padre Bibiano era um grande orador, popular e estimado pelos fiéis. A igreja foi fundada no dia 7 de setembro de 1952 e Bibiano morava na Casa Paroquial, ao lado da igreja, com a mãe. Ela sentia grande orgulho de Bibiano.

O padre tinha o hábito de exagerar na bebida. E era corintiano roxo. Um dia, enquanto benzia uma casa, prestava mais atenção ao rádio que estava ligando e transmitindo uma partida do amado Corinthians, clube do qual era sócio. De repente, o locutor anunciou um gol. E Bibiano passou a imitar a voz que vinha do aparelho: “gooooooooooool do Coriiiiiiiiiiiiiinthians, senhores”. Bibiano jogou o barrete no teto e terminou a cerimônia com o tradicional ‘amém’. Para quem não sabe, barrete é o chapéu usado pelos religiosos. A cor dele depende da hierarquia de quem o usa. Seminaristas e padres utilizam os pretos.

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A paixão do padre Bibiano: o time do Corinthians, campeão do IV Centenário, no ano de 1954
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Barrete: o padre jogou o chapéu para o alto enquanto benzia uma casa

Muitas vezes, padre Bibiano bebia tanto que perdia a coordenação motora. Ele sentava na calçada da avenida Itatiba e passava a gritar pela mãe. Os fiéis o ajudavam. Aliás, eles o amavam e o desculpavam pelas bebedeiras. Naquela época muita gente criticava o religioso, considerando-o um fraco já que não conseguia se controlar. Quinze anos mais tarde, em 1967, a Organização Mundial da Saúde declarou que o alcoolismo é uma doença.

Da Barreira, Bibiano foi transferido para a cidade de Tietê, a 104 quilômetros de Jundiaí. Lá, pelo carisma e obras, foi eleito um dos vereadores mais votados da cidade. Também trabalhou em Taquarituba, cidade na qual se mostrou um grande administrador já que comandou a construção da igreja matriz.

Em 1956, o padre corintiano foi denunciado pelo alcoolismo. O bispo Dom Aguirre o suspendeu, causando revolta da população de Taquarituba. Pouco tempo depois, Aguirre reconsiderou e Bibiano voltou à suas funções.

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Ainda na Barreira: em 1953, Bibiano e fiéis recebem a imagem original de Nossa Senhora, escoltada pela Polícia Rodoviária
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A avenida 23 de Maio, em São Paulo, local da morte de Bibiano: bem diferente dos dias atuais mas já muito movimentada

Sempre que era possível, o padre ia até São Paulo para assistir aos jogos do Corinthians. Depois da partida seguia para a igreja Nossa Senhora Aparecida, no Ipiranga, bairro de São Paulo. Ajudava o padre Mário e se hospedava na Casa Paroquial e até celebrava missas lá.

No dia 21 de janeiro de 1974, após realizar uma celebração, foi atropelado e morto na avenida 23 de Maio. Foi atingido por um Volkswagen Variant dirigido por um bancário. Bibiano estava sem documentos e foi enterrado como indigente no cemitério de Perus.

O tenente Paulo Souza Alves, grande amigo do padre, foi até o IML e pelas impressões digitais identificou Bibiano. O corpo foi levado para Tietê onde ocorreu o velório. A missa foi celebrada pelo bispo de Sorocaba. A mãe do padre, então com 90 anos, não saiu de perto do caixão. Ela conversava com Bibiano como se ele estivesse vivo. Meses depois ela também morreu. Um jornal de São Paulo deu a manchete: “O Corinthians, a Igreja e uma cidade choram a morte do padre Bibiano”.

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