Após estes 10 meses fico com a sensação de que o atual governo de Jundiaí não mostrou sua face, suas idéias, seus projetos. É um governo sem alma.

Tive a mesma sensação ao ler o Plano de Metas do atual governo, que acompanha, como anexo, o Plano Plurianual do período 2018 a 2021. Não há nada ali, salvo raríssimas exceções, além de uma relação de obras e projetos que estavam em andamento, ou ações cujos recursos foram conquistados anteriormente e não tinham tido prazo útil para a sua utilização.

Não aponta para o futuro, como dizia o slogan de campanha. Muito pelo contrário: o Plano de Metas despreza o Parque Tecnológico, jogando 65% de sua execução para o próximo governo. Estima apenas um quilômetro de fibra ótica. Desaparece a pesquisa para o tratamento de lixo que estava em andamento na parceria Brasil-Alemanha.

Não aponta para a humanização da cidade. Cessaram as ações de fortalecimento das relações de convivência comunitária e solidária. Acabaram com a Feira da Amizade, cortaram a Virada Jundiaí, impediram nossa participação nos Jogos Regionais, tiraram o brilho da Sexta no Centro, não fizeram o Trançando Arte, a Virada Negra, Carnaval de Rua e o desfile dos blocos teve gás lacrimogêneo e confusão, pela primeira vez em Jundiaí. A cultura, o esporte, a solidariedade, o domínio dos espaços públicos tiveram retrocesso.

Não aponta para a oferta de serviços públicos de qualidade, também um tema forte do discurso. Basta ver o que está acontecendo na Educação, com sucessivos problemas de gestão, como atrasos, fechamentos, reduções, que geraram diversas manifestações espontâneas de pais e professores, nos bairros como Tarumã, Almerinda, Medeiros e também na Câmara Municipal.

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Não aponta para um forte investimento em obras, o que se justifica pela crise do país e pela queda de arrecadação do Município, permanecendo apenas por enquanto os recursos conquistados anteriormente.

Não aponta para o fortalecimento de um desenvolvimento sustentável, equilibrado e com presença importante da comunidade na definição do seu destino, a exemplo do que ocorreu no histórico processo de elaboração do Plano Diretor em 2016 que se contrapôs à uma forte especulação imobiliária na cidade.

Permanece, portanto, a indefinição. Por enquanto, é um governo que apenas inventa justificativas e não define sua própria trajetória.


bigardi-1-150x150PEDRO BIGARDI
É jundiaiense, 57 anos, engenheiro civil, casado com Margarete e pai de Patricia, deputado estadual (2009 – 2012) e ex-prefeito de Jundiaí (2013 – 2016).