DOENÇA de celular

Você pode ficar doente por causa de seu celular. E não está a se pensar na dependência, na fixação ou vício, sintomas psicológicos de anomalia. O problema é o número de bactérias encontrado em cada aparelho. A bióloga Rosana Siqueira, da UniMetrocampWyden, testou a quantidade de microorganismos encontrada em mobiles. Encontrou cerca de 23 mil bactérias em algumas das 10 amostras analisadas. Entre elas, a staphylococcus aureus, causadora de conjuntivite e infecção de garganta, a shigella, que leva a disenteria, além de coliformes fecais. Ou seja: o seu celular pode causar uma doença grave.

Gente com o sistema imunológico saudável pode não se contaminar, nem ficar enfermo. Porém os grupos de risco: crianças, idosos, grávidas, os doentes com imunidade afetada, podem contrair moléstias até graves por uso de celular contaminado.

Com a mania que hoje os pais têm de entregar celular para crianças cada vez mais novas, o perigo aumenta. As crianças levam imediatamente o telefone à boca. Depois para o chão. E outro perigo é entrar com o mobile no banheiro. Os microorganismos estão ali e vão se alojar no aparelho.

Outro lugar de intensa contaminação é a academia de ginástica. Quem coloca o aparelho no chão corre o risco de trazê-lo com uma carga imensa de bactérias causadoras de enfermidade.

Outras coisas que contaminam e que nem sempre merecem nossa atenção: a tábua de cortar carne. Mais de 130 mil bactérias por amostra em tábuas de madeiras. Muitas delas causadoras de infecções.

OUTROS ARTIGOS DE JOSÉ RENATO NALINI

NÃO FALTA MAIS NADA

BUSCA DE STATUS CAUSA VÍTIMAS

O QUE É SER REPUBLICANO?

VIDA NOVA NA VOLTA ÀS AULAS

A CHINA DE PORTAS ABERTAS

VIOLÊNCIA NAS ESCOLA

SOBRAM SINAIS

O E-LIXO

A mais perigosa é a esponja de cozinha, aparentemente inofensiva, mas com 700 milhões de bactérias após o uso de quinze dias. A simples esponjinha pode causar febre, pneumonia e diarreia, entre outras doenças.

Os fontes de ouvido também carregam dez mil micro-organismos, dentre eles os causadores de infeções e conjuntivite.

O bom mesmo é não precisar usar nada disso. Mas quem é que hoje consegue se afastar do seu celular? Há crises de abstinência já registradas e parece que ele chegou para ficar. Então o negócio é limpar. Passar álcool, depois um pano seco ou um lenço de papel. E fazer isso todas as noites. Não é só de vez em quando…


JOSÉ RENATO NALINI

Desembargador, reitor da Uniregistral, palestrante e conferencista.