Sempre se disse no Brasil que o ano só começa depois do Carnaval. E olha que em 2017 o Carnaval demorou a chegar e terminou 60 dias depois que o calendário registrou o início deste ano. Mas se paramos para ver o que aconteceu nestes 60 dias, percebemos que nada mudou com relação a 2016. As denúncias de corrupção continuam, apenas fazendo aumentar o número de supostamente envolvidos. E isso nos faz acreditar que o que muda é só calendário, o ano, o mês, o dia. O conteúdo continua o mesmo: decepção para nós brasileiros.

Somados à decepção política e corrupta, surge a libertação do goleiro Bruno, condenado pela morte da ex-amante. E isso nos faz refletir sobre como age a Justiça no Brasil. O homem é posto em liberdade, determinada por um juiz do Supremo Tribunal Federal, mas cuja ação ainda depende da análise dos outros juízes, companheiros do libertador. Por que não se julga o caso entre todos os homens que compõe o tribunal, agora reforçado por novo membro indicado pelo presidente da República? E só após esta ação se liberta o homem? Se a Justiça o condenou, porque os integrantes desta mesma Justiça – e todos os juízes então envolvidos no Judiciário – agora o libertam antes do prazo? Afinal, onde está a justiça neste caso? E o goleiro já informou à Justiça seu novo endereço: sai de Minas e vai para o Rio de Janeiro.

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Complicando ainda mais a ação do Judiciário, surge a apuração das acusações de Caixa 2 na chapa que elegeu Dilma-Temer. Um dos dois já está fora do jogo, mas o outro ficou no lugar do um – ou da uma. O depoimento de Marcelo Odebrecht, afirmando que repassou dinheiro para a campanha da dupla, coloca nesta situação uma interrogação: ele diz não ter conhecimento se os dois sabiam do dinheiro encaminhado a eles. Então, voltamos a história e chegamos ao famoso “Mensalão” onde o então presidente Lula afirmava que “não sabia de nada!”

Claro que esta frase vai bater na dupla e não se vai tirar do poder o segundo presidente empossado após a eleição de 2014. Como se vê, tanto no caso Bruno como na campanha presidencial, não é fácil ter uma justiça correta. Mesmo que mude de dia, de mês ou de ano. Mas criemos a esperança dentro de nós e desejamos a todos um Feliz Ano Novo. Mesmo que ele já esteja ficando velho! (foto acima: fernandabahia74.wordpress.com)

NELSON MANZATONELSON MANZATTO 
Jornalista profissional diplomado, tendo trabalhado no Jornal da Cidade de Jundiaí, Diário do Povo de Campinas, Jornal de Domingo de Campinas, Diário Popular de São Paulo e Jornal de Jundiaí. Foi editor-chefe dos jornais Diário do Povo, Jornal de Domingo e Jornal de Jundiaí e sempre trabalhou nas editorias de Política e Economia. Também trabalhou em Assessoria de Imprensa. É membro da Academia Jundiaiense de Letras e tem quatro livros publicados: Surfistas Ferroviários ou a História de Luzinete (Vencedor de Concurso Literário), Contos e Crônicas de Natal (com cinco textos premiados), Momentos e No meu tempo de Criança. Mantém um blog literário: blogdonelsonmanzatto.blogspot.com