Tudo começou na gestão do presidente da República Juscelino Kubitschek, em 1956, quando provocou uma das maiores gerações de emprego no País, criando a indústria automobilística. O transporte das ferrovias, até então, o único que gerava recursos para o governo, por meio dos impostos, mas não criava tantos empregos: enquanto um trem, gerava o emprego do maquinista, de alguns assistentes e transportava 20, 30 ou até mais vagões carregados de insumos, a indústria automobilística gerava 20, 30 ou mais empregos. A chegada da indústria automobilística provocou também a construção de estradas, criando assim uma bola de neve no mercado de trabalho.

O crescimento de rodovias, porém, criou um problema sério ao país: as ferrovias foram abandonadas, esquecidas com muitos trens sucateados. Não interessava mais ao governo investir nelas. As rodovias traziam impostos, principalmente com a criação dos pedágios. Este era o caminho da salvação do Governo Federal, com muito dinheiro de impostos chegando aos cofres de Brasília, também construída na gestão de Juscelino Kubitschek. Mas existe muita vontade de se faturar, de se obter recursos e muitas vezes não investido em obras, mas em corrupção. A Petrobrás, que controla o petróleo brasileiro, investiu muito em empresas para que as mesmas ganhassem concorrências e, por conta disso, repassavam  recursos a políticos que se deixavam corromper para encher os bolsos de dinheiro. Se não bastassem os bolsos, encheram cuecas, meias, e muitas contas criadas no exterior.

OUTROS ARTIGOS DE NELSON MANZATTO

PEDRO BIGARDI: ENTRE O DISCURSO E PRÁTICA (2)

LUIZ FERNANDO MACHADO: ENTRE O DISCURSO E A PRÁTICA

Isto posto, o que se vê no Brasil, hoje, é um grupo de empresários cansado de pagar por muitos impostos nos combustíveis e que decide parar o País às custas de convencer seus caminhoneiros e travar estradas e impedir a circulação de quem precisa percorrer cidades. Além disso, o combustível já começa a desaparecer dos postos e isso pode provocar uma paralisação geral do Brasil.

Diante deste quadro, o que nos resta é esperar que este presidente que se diz da República Federativa do Brasil reveja o que a classe política está fazendo para acabar com o país. Em ano de eleição, mesmo que Temer não seja candidato, ele precisa pensar como estadista não como político. Mas é difícil político pensar diferente…


NELSON MANZATTO
Jornalista profissional diplomado, tendo trabalhado no Jornal da Cidade de Jundiaí, Diário do Povo de Campinas, Jornal de Domingo de Campinas, Diário Popular de São Paulo e Jornal de Jundiaí. Foi editor-chefe dos jornais Diário do Povo, Jornal de Domingo e Jornal de Jundiaí e sempre trabalhou nas editorias de Política e Economia. Também trabalhou em Assessoria de Imprensa. É membro da Academia Jundiaiense de Letras e tem quatro livros publicados: Surfistas Ferroviários ou a História de Luzinete (Vencedor de Concurso Literário), Contos e Crônicas de Natal (com cinco textos premiados), Momentos e No meu tempo de Criança. Mantém um blog literário: blogdonelsonmanzatto.blogspot.com