Os ACERVOS de Jundiaí

Jundiaí é uma das cidades mais antigas do Estado de São Paulo, tendo sido fundada no século XVII. Por esse motivo, existem muitos documentos produzidos na cidade, uma vez que a Igreja Matriz e a Câmara Municipal foram instauradas logo após a criação da vila. Anos mais tarde, muitos cartórios também foram construídos para a expedição de documentos e consequente organização da vila. Assim, a cidade conta com inúmeros acervos que acondicionam documentos em excelente estado de conservação e de imensurável valor histórico, que podem ser consultados por qualquer pessoa.

O conjunto de documentos mais antigos de que se tem notícia é chamado de Primeiro Caderno de Cartas de Datas de Jundiaí de 1657 e está depositado no Centro de Memórias, situado anexo ao Complexo Fepasa, na Avenida União dos Ferroviários, 1760. O conteúdo desse manuscrito envolve a doação das porções de terras no século XVII às pessoas que moravam na vila e sua localidade. Além do manuscrito Cartas de Datas de Jundiaí de 1657, o Centro de Memórias também é abrigo das Atas de Câmara de 1663 a 1669, do Livro Caixa de 1742 e de muitos outros.

Jundiaí também conta com a Cúria Diocesana, estabelecida na Rua Engenheiro Roberto Mange, 400, Anhangabaú. Nesse acervo, temos livros do século XVIII que tratam dos casamentos dos brancos, índios e negros que habitavam a vila, bem como o Livro de Óbitos dos habitantes da região.

Com relação aos Cartórios, o 1º Tabelião de Notas de Jundiaí, situado na Rua São Vicente de Paulo, 101, centro, é o que salvaguarda o documento mais antigo. O livro de abertura data de 20 de outubro de 1660. Infelizmente, esse livro está lacrado pois, devido ao seu mal estado de conservação, não é possível consultá-lo. Esperamos que no futuro próximo, esse manuscrito passe pelo processo de restauração e venha a ser uma fonte histórica importante para a cidade.

O 1º Cartório de Protestos de Jundiaí, que fica na Rua Leonardo Cavalcante, 350, Centro, também conta com manuscritos centenários, que datam do século XIX. O teor dos textos é o pagamento que uma pessoa fazia a outra e como uma forma de registro, ambas as partes iam ao Cartório para lavrar o documento.

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O Centro de Memórias de Jundiaí, a Cúria Diocesana e os Cartórios são fontes significativas de dados sobre nossa origem, nossa história e por que não do Brasil? É muito importante salientar que encontrar documentos do século XVII e bem conservados, como os encontrados no Centro de Memórias, é tarefa árdua e muito rara. Por isso, precisamos ter orgulho dos documentos super bem preservados que temos em nossa cidade e devemos sempre incentivar que os acervos continuem cumprindo seu papel, isso é, de salvaguardar as nossa memorias, pois como diz  Emília Viotti da Costa “Um povo sem memória é um povo sem história. E um povo sem história está fadado a cometer, no presente e no futuro, os mesmos erros do passado.”


KATHLIN MORAIS
Jundiaiense, mestranda em Filolgia e Língua Portuguesa pela USP, técnica em conservação e restauro de documentos em papel pelo SENAI e professora de Francês e Inglês na Quero Entender – Aulas Particulares.