Estranhou o tema? Pois acredite: existe sim a terapia do abraço que aqui vou chamar de abraçoterapia!

Meu filho mais velho adora abraçar. Quando ele me vê triste, brava ou perdida ele diz: “Mãe, você precisa de um abraço”. Ele me abraça e de fato melhoro. E, este gesto carinhoso, ele dedica a todos ao seu redor.

O que tem no abraço que nos faz tão bem?

Longe de ter caráter científico, a abraçoterapia é considerada um procedimento curativo, que traz benefícios aos abraçados. Como o próprio nome indica, trata-se de dar um abraço em outra pessoa com o objetivo de transmitir uma sensação de bem-estar.Observe duas pessoas que se encontram após muito tempo distantes: o abraço é largo, longo e apertado, anunciando momentos de puro prazer.

É gratificante para quem o recebe, pois, ao mesmo tempo em que transmite afeto e tira a impressão de solidão, alivia tensões e medos, pois a pessoa sente-se acolhida.

O Daniel já praticava a abraçoterapia, há tempos, eu só aprendi agora (como em várias outras situações, o filho ensinando a mãe).

Há especialistas na área, denominados de abraçoterapeutas, que ensinam e aplicam os vários tipos de abraços, considerando que cada um tem um significado.

As crianças hospitalizadas são as grandes beneficiadas dessa terapia, mas, qualquer um pode se candidatar, pois, uma das vantagens desta técnica é não ter contraindicações e nem riscos para a saúde. Além disso, o abraço é portátil, econômico, indolor e proporciona sensação de alívio.

Cada vez mais, o atendimento pelos profissionais da saúde, tem se humanizado e, as terapias alternativas, entram nesse escopo com o benefício de não fazer mal algum para aqueles que aceitam recebê-la. É facultativo, poisnem todos se agradam.

Existem campanhas de “Abraços Grátis” pelo Brasil todo. Encontrei um blog (www.abracosgratis.blog.br) que tem uma aba oferecendo abraços virtuais!

Depois que a apresentadora Oprah Winfrey entrevistou um australiano conhecido pelo pseudônimo Juan Mann, suposto iniciante do movimento em 2004, com o nome de “Free Hugs”, parece que a abraçoterapia se espalhou de vez pelo mundo.

A vida de Juan Mann estava de cabeça para baixo, então ele escolheu uma esquina de sua cidade e ali ficou oferecendo abraços de graça, justificando a iniciativa do início dessa prática saudável. Veja no site da campanha: www.freehugscampaign.org.

Guru dos abraços, a indiana Sri Mata Amritanandamayi Devi (www.amritapuri.org/foto acima), ficou mundialmente conhecida pelos abraços que curam. Ela costuma dizer: “As pessoas vivem dois tipos de pobreza. Uma, pela falta de comida, roupas e abrigo. Outra, pela falta de amor e compaixão. Acredito que o segundo tipo deve ser combatido em primeiro lugar, porque, se temos amor e compaixão no coração, podemos alentar quem padece de coisas materiais”.

Durante os estudos de Bianca Kappel, na Naturologia Aplicada (Unisul / 2006), ela teve a oportunidade de acessar dados de pesquisa da Universidade da Carolina do Norte (EUA), que revelaram que o abraço diminui a pressão sanguínea, os batimentos cardíacos, a liberação de alguns hormônios, revigora o sistema imunológico, alivia o estresse e reduz doenças cardiovasculares.

Observe quão interessante os hormônios liberados num abraço sincero(e já citados nos trabalhos que escrevo para o jornal Jundiaí Agora):

– Oxitocina: hormônio dos casais apaixonados, da mãe de recém-nascido, aquele que nos dá prazer e promove a conexão entre as pessoas.

– Endorfinas: neurotransmissores, cujas substâncias trazem bem estar.

Faz todo o sentido, certo?

OUTROS ARTIGOS DE ELAINE FRANCESCONI

VOCÊ TEM COMEDÕES?

LITÍGIO RONCADOR

MALHAÇÃO PÉLVICA

ONDE ESTÁ A INTUIÇÃO???

MASSOTERAPIA, TRABALHO FEITO COM AS MÃOS E COM O CORAÇÃO

Não se sabe quantos abraços são necessários para ter um efeito terapêutico, porém, a terapeuta familiar norte-americana Virginia Satir, falecida em 1988, dizia: “Precisamos de quatro abraços por dia para sobreviver, de oito abraços por dia para se manter feliz e de 12 abraços para crescer”.

Existe o Dia do Abraço: 22 de maio. Mas qualquer dia e qualquer hora pode ser o momento de abraçar seu semelhante, seu bichinho de estimação ou uma árvore. Abraço é a única coisa no mundo, que quanto mais apertado, mais alívio proporciona.


ELAINE FRANCESCONI

Bacharel em Zootecnia (UNESP Botucatu). Licenciatura em Biologia (Claretiano Campinas). Mestrado (USP Piracicaba) e doutorado (UNICAMP Campinas) em Fisiologia Humana. Professora Universitária e escritora.